No livro a Galáxia da Internet de Manuel Castells, dentre diversas temáticas tratadas, o autor aborda um ponto importante sobre o trabalho no contexto da Internet, no qual enfatiza que a interlocução, a comunicação e a informação, tem provocado alternâncias no ambiente de trabalho e, sobretudo, nas atividades do trabalhador.
Castells pondera que a Internet ocasiona a redução do uso do espaço de escritório, e o modelo emergente não é mais o teletrabalhador em casa, mas o trabalhador nômade. É o “Escritório em Movimento”, ou podemos dizer a virtualização do escritório.
Esse movimento, essa transição entre um espaço físico e um espaço virtual, é permitido pela mobilidade das tecnologias, isto é, as conexões móveis e seus dispositivos, viabiliza a extrapolação da sala de escritório como o espaço de ocupação profissional. O trabalho não se caracteriza em um lócus específico, mas ele está contido no próprio trabalhador, que é nômade e itinerante.
Na tentativa de fazer um deslocamento conceitual dessa temática, é possível pensar sobre tais aspectos no contexto da Educação, ou por se dizer, a “A Sala de Aula em Movimento”. Por meio da Internet e das tecnologias móveis, o modelo da sala de aula física vem sendo ressignificado, inaugurando novos espaços moventes de ensino e aprendizado, de comunicação e interação entre professores e estudantes.
Essa mobilidade da sala de aula, suscita reflexões sobre os modos e maneiras de como ocorrem as práticas educativas, em especial, nesses espaços virtuais que, que por sua vez, reconfiguram outros ‘endereços’ do conhecimento, a exemplo, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem, os blogs, os fóruns e comunidades on-line, as mídias sociais, etc.
No contemporâneo, o estudante não é estático, assim como a sala de aula!!
Então, de modo metafórico, a sala de aula pode estar em qualquer lugar, ela transita e se desloca entre nós, ela cabe em nossos bolsos, dentro de nossos smartphones, ela é acessível, híbrida e interconectada. Nessa nova disposição, a educação formal e instituída não se restringe às suas paredes, mas se desloca para um universo pervasivo e fluído, corroborando para o ideário de uma ‘Sala de Aula em constante Movimento’.